terça-feira, 8 de maio de 2012

Resumo do texto: “O pensamento curricular no Brasil”


- No Brasil, as primeiras preocupações com o currículo, datam dos anos 20;
- Até a década de 1980 o campo do currículo foi marcado pela transferência instrumental de teorizações americanas. Essa transferência era viabilizada por acordos bilaterais entre os governos brasileiro e norte-americano dentro do programa de ajuda à América Latina;
- Na década de 1980, com o início da redemocratização do Brasil e o enfraquecimento da hegemonia americana, as vertentes marxistas ganham força no pensamento curricular brasileiro;
- Na década de 1990, o currículo vivia múltiplas influências, os estudos assumiram um enfoque sociológico, em contraposição à primazia do pensamento psicológico até então dominante;
- Os trabalhos buscavam a compreensão do currículo como espaço de relações de poder;
- Dominava a ideia de que o currículo só podia ser compreendido quando contextualizado política, econômica e socialmente. O pensamento curricular começa a incorporar enfoques pós-modernos e pós-estruturais, que convivem com as discussões modernas.
- Ao mesmo tempo em que as tendências se diversificam, aumenta a dificuldade de definir com clareza o que é currículo;
- O pensamento curricular começa a incorporar enfoques pós-modernos e pós-estruturais, que convivem com as discussões modernas;
- HIBRIDISMO é a marca do campo do currículo.  A produção de currículo no Brasil, em 1996, baseia-se em três grupos principais: a perspectiva pós-estruturalista, o currículo em rede e a história do currículo e a constituição do conhecimento escolar.
- PERSPECTIVA PÓS-ESTRUTURALISTA, teve destaque nas produções da UFRGS, grupo liderado por Tomaz Tadeu. Tem como objetivo central a análise das conexões entre os processos de seleção, organização e distribuição dos currículos escolares e a dinâmica de produção e reprodução da sociedade capitalista. A ruptura quanto à interpretação, é exemplificada com o fato de o pensamento pós-estruturalista, ao centralizar questões de interesse e poder, não se limitaria às questões econômicas, mas amplia o debate para as questões de gênero, etnia e sexualidade, bem como para critica às idéias de razão, progresso e ciência. Outra ruptura se expressa na ausência de visão de futuro;
- CURRICULO E CONHECIMENTO EM REDE, ganhou destaque nos estudos em currículo a partir da metade da década de 1990. Trata-se de uma vertente de trabalhos desenvolvidos fundamentalmente por pesquisadores do Rio de Janeiro, coordenados por Nilda Alves e Regina Leite Garcia. Referenciam-se em bibliografia francesa. Percebe-se o reduzido dialogo com autores da área da educação e mais especificamente com a área de currículo. Centravam na categoria cotidiano e em discussões sobre formação de professores. A idéia de rede de conhecimentos apresenta grau de desenvolvimento marcadamente superior ao presente nas formulações iniciais. Na medida em que o mundo moderno está em crise, torna-se necessário criar novas perspectivas para a tematização curricular. Assim, os estudos sobre currículo e conhecimento em rede se afastam cada vez mais da discussão especifica de currículo e passam a tematizar a crise do mundo moderno que se expressa em três esferas: no mundo do trabalho, na produção cientifica e no questionamento da razão como forma privilegiada de entendimento do mundo.
- HISTÓRIA DO CURRICULO E CONSTITUIÇÃO DO CONHECCIMENTO ESCOLAR, se constituíram no final da década de 1980. Paralelamente à divulgação e ao estudo das teorias políticas de currículo na literatura internacional, iniciava-se a tentativa de compreensão do desenvolvimento de campo curricular no Brasil em estudos históricos. Encaminham-se em duas linhas principais: o estudo de pensamento curricular brasileiro e o estudo das disciplinas escolares.
- A marca do campo do currículo no Brasil nos anos 1990 é o hibridismo;
- É um campo assinalado mais pela diversidade orgânica do que pela uniformidade. Diferentes discursos são reterritorizados.
- Um campo contestado em que se misturam influências, interdependências e rejeições;
- Uma das principais marcas do pensamento curricular brasileiro atual é mescla entre o discurso pós-moderno e o foco político na teorização critica. São associadas a perspectiva teleológica de um futuro de mudanças, fundamentada na filosofia do sujeito, filosofia da consciência e na valorização do conhecimento como produtor dos sujeitos críticos e autônomos, com o descentramento do sujeito, a constituição discursiva da realidade e a vinculação constitutiva entre saber e poder.
- Na busca de uma interpretação da escola no contexto pós-modernizado, as referencias à sociologia e à filosofia são hibridizadas com as tradicionais referencias do campo do currículo.
- Os discursos sobre currículo vem contribuindo para a constituição de novas identidades para o campo, tornando mais difusa a constituição de uma teoria do currículo.
- A principal tendência do campo é a valorização de uma certa discussão da cultura, na medida em que vem sendo intensificadas, sob referencias teóricas diversas, as discussões sobre multiculturalismo ou estudos culturais. Está em curso um processo de virada cultural que associa a educação e o currículo aos processos culturais mais amplos, contribuindo para uma certa imprecisão na definição do campo intelectual do currículo.
- A relação com os demais campos precisa se fazer na interação entre domínio e subordinação, na qual o pesquisador em currículo apropria-se daquilo que lhe é útil em outros campos.
16/03/2012

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