Em todas as épocas e lugares, os educadores sempre estiveram envolvidos com o currículo, antes mesmo dessa terminologia ser adotada para esse fim. E por isso houve a necessidade de torná-lo um campo profissional e especializado.
O
campo de estudos do currículo está estreitamente ligado a processos que
envolvem a formação de especialistas, disciplinas e departamentos sobre
currículo.
O
termo currículo, no sentido como é como é conhecido nos dias atuais, teve sua
origem na literatura americana, na qual surgiu para designar um campo
profissional especializado de estudos. Esse fato está associado à
institucionalização da educação de massas que ocorreu nos Estados Unidos, no
final do século XIX e início do século XX.
No
contexto dessa institucionalização da educação, diferentes forças econômicas,
políticas e culturais procuravam moldar os objetivos e as formas da educação de
massas de acordo com suas diferentes e particulares visões.
Em
1918, Bobbitt escreveu o livro: “The
curriculum”, considerado o marco na especialização do estudo do currículo.
Bobbitt, que tecnocrático, propunha que a educação funcionasse como uma
indústria e que era necessário estabelecer padrões. Para ele o sistema
educacional deveria ser capaz de especificar que resultados pretendia obter e
estabelecer métodos para obtê-los. Sua proposta parecia permitir à educação
tornar-se cientifica. Bastava apenas pesquisar e mapear as habilidades
necessárias para as diversas ocupações. Por tanto, a tarefa do especialista em
currículo era fazer o levantamento de habilidades necessárias para as diversas
ocupações, desenvolver currículos que permitissem que essas habilidades fossem
desenvolvidas e, planejar e elaborar instrumentos de medição que
possibilitassem dizer se as habilidades foram aprendidas. O currículo se
transforma em uma questão de organização.
As
ideais de Bobbitt, divergiam das ideias progressistas de John Dewey, que estava
muito mais preocupado com a construção da democracia que com o funcionamento da
economia. Ele acreditava que era importante levar em consideração, no
planejamento curricular, os interesses e as experiências das crianças e jovens.
As
ideias de Bobbitt foram consolidadas em 1949, por Ralph Tyler, quando este
publica um livro que influenciaria vários países incluindo o Brasil. Neste
livro, Tyler, afirma que a organização e o desenvolvimento do currículo deve
buscar responder a quatro questões básicas que correspondem à divisão tradicional
da atividade educacional: currículo, ensino, instrução e avaliação. Ele insiste
na afirmação de que os objetivos devem ser claramente definidos e
estabelecidos.
É
importante observar que as duas linhas de pensamento, tanto os tecnocráticos,
quanto os progressistas eram uma reação ao currículo clássico e humanista, o
qual o objetivo era formar homens que encarnassem as melhores realizações e os
mais altos ideais do espírito humano. Ideias que eram contestadas por sua
abstração e inutilidade e por desconsiderar a psicologia infantil. O fim do
currículo clássico se deve à democratização da escolarização secundária.
16/03/2012
muito bom seu resumo!
ResponderExcluirE as referências?
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